A partir do dia 22 de maio de 2017 assumiram um compromisso.
![]() |
Rafael com o manto Alvinegro e o L da Loucos Foto: Arquivo Pessoal |
Paixão pelo Botafogo
Seu amor pelo Glorioso começou na infância “Venho de família botafoguense que começou a história do clube, meu tataravô foi um dos fundadores do Clube de Regatas Botafogo. Meu saudoso “tata” , Frederico Guilherme Lorena.”
Ida ao jogos
“ Sou um torcedor de arquibancada, sempre fui aos jogos com meu pai quando criança e até hoje sou assim, frequentador de estádio.”
“Eu vou em todos os jogos como presidente da Loucos pelo Botafogo e fundador da torcida. Nesse período de 13 anos faltei a pouquíssimos jogos, em casa foram uns 2 ou 3, fora de casa alguns que também não deu pra ir, até fora do país vou ver o Botafogo. Independente da campanha do clube é uma coisa como fosse uma igreja, domingo eu vou ao Maracanã, agora ao estádio Nilton Santos, quarta e domingo a gente está sempre nos jogos.”
Sua primeira vez no Estádio Nilton Santos
“No Nilton Santos fui na estréia do estádio, se não me engano faltei 2 ou 3 jogos desde a sua inauguração, pra você ver acho que foram talvez mais de 500 jogos no estádio que o Botafogo já tenha feito. Experiência melhor possível, inclusive sou responsável por ajudar a fazer a festa na
arquibancada, então a gente está sempre focado em fazer isso acontecer.”
Ídolos
Rafael diz como foi importante os heróis do passado Alvinegro, nos conta qual jogador que melhor jogou pelo clube em seus anos como torcedor assíduo e apaixonado pelo Botafogo.
“Os ídolos do Botafogo da década de 60 que não vi jogar. Garrincha, Didi, Nilton Santos, Manga e Gerson essa galera toda aí gostaria de ter visto,o esquadrão alvinegro todo que não tive oportunidade de ver. Comecei acompanhar mesmo futebol de 1989 para cá, de estádio com frequência de 1990 pra frente. Peguei times mais fracos não foi aquele Botafogo de seleção, mas consegui ver bons times e excelentes jogadores.
Da década de 90 em diante tiveram vários craques, tiro o chapéu pro Túlio, que a minha geração foi muito Túlio, ganhou um brasileiro, ganhou outros títulos, foi artilheiro, era irreverente, metia gol todo jogo, então eu torcia pro Túlio fazer gol e o Botafogo ganhar. Ele não era melhor tecnicamente mais no final da história quem mais encantou com a camisa do Botafogo foi o Túlio.”
![]() |
Em visita ao saudoso Nilton Santos Foto: Arquivo Pessoal |
Tristezas
Não vem sendo fácil ser botafoguense nos últimos anos, decepções, amadorismo, desleixo e falta de compromisso acarretaram muitas dívidas e a seca de títulos expressivos vem sendo acachapante em pelo menos 20 anos.
“Maior decepção com o clube falando de jogo específico, foi em 1992, estive naquela final do Campeonato Brasileiro, o Botafogo era uma seleção e perdeu pro Flamengo. Um jogo que se tivessem dez partidas a gente ganharia nove e empataria uma. E em 1999 que foi nosso “Maracanaço”, Maracanã lotado, um título nas mãos do Botafogo que só precisava de um gol em casa pra levar o título e o jogo terminou empatado, foi uma grande decepção que criou uma lacuna grande, até hoje é o maior recorde de público da Copa do Brasil. A gente sempre após uma derrota, numa sequência de derrotas a gente pensa em desistir, sempre falamos, mas é uma coisa que não tem como evitar, essa paixão nos move. Mesmo maltratado continuamos seguindo o Botafogo e vai ser assim sempre, desistir não existe, pelo contrário a gente acaba ficando mais forte e blindado com relação a isso.”
Momentos inesquecíveis
Nesses anos de amargura em títulos nem tudo foi ruim, RMK nos descreve o que vivenciou de mais alegre nesses anos.
“Jogos inesquecíveis tiveram vários, mas eu vou falar de um relativamente mais recente. A final de 2010 contra o Flamengo, gol de cavadinha do Loco Abreu, defesa de pênalti do Jefferson, aquele jogo foi inesquecível pelo tricampeonato que a gente já tinha perdido para o Flamengo da maneira que foi, aquela emoção toda, pra mim foi um jogo muito marcante.
Fiz muitas viagens, anos e anos, nacionais e internacionais, destaco uma ao Paraguai contra o Cerro Porteño e na libertadores de 2017, quando fui a Argentina, na partida contra o Estudiantes. Partidas nacionais me lembro das idas a Coritiba, fomos de ônibus uma vez. A partida que nunca esqueci foi em 2007, ganhamos lá e entramos para o G-4, tínhamos um timaço.”
![]() |
Ao lado de Loco Abreu e sua pintura no muro dos ídolos Foto: Arquivo Pessoal |
Gestão atual
É mas natural que beber um copo de água a insatisfação do botafoguense ao ver nossa diretoria amadora. Rafael é bem taxativo quando se fala dessa gestão.
“Sobre a atual gestão e todas as outras anteriores é um modelo ultrapassado que leva e levou o Botafogo a esse caos financeiro. Um conselho muito grande e não qualificado, tem que diminuir e qualificar, uma gestão considerada amadora e não profissional tem que trabalhar com profissionais das áreas com metas, objetivos específicos contratados em RH e hoje não acontece assim. Além de todos os diretores não terem compromisso com o clube no sentido de: criam-se dívidas e não pagam o que acordam e isso fica pro futuro com juros e correção monetária. Então a gestão atual está sempre pagando dívidas das gestões anteriores. Acho muito ruim setores com Marketing inoperante, a falta de criatividade pra conseguir dinheiro, é uma coisa enorme que saltam aos olhos do torcedor, ficando o torcedor botafoguense à mercê e largado, só que de forma fiel eles continua seguindo o clube mesmo sem os resultados no campo.
Ainda sim minha maior esperança é que o Botafogo se torne um clube com mais gestão profissional, independente de quem esteja tocando essa gestão, porque será uma coisa com um compromisso maior, com profissionais das áreas e não por politicagem, com meritocracia, enfim. Vejo o Botafogo funcionar somente dessa forma, porém hoje a gente precisa ter um suporte financeiro além dessa gestão profissional por isso que os Moreira Salles surgem como uma saída muito boa, porque eles tem condições de profissionalizar e colocar dinheiro no clube.”
Passado e presente
Sua história com o Glorioso vem de seus antepassados, hoje Rafael tem um canal no YouTube, Bastidores da Arquibancada que leva informações sobre o Glorioso e o dia a dia do clube, questionado o que diria ao seu tataravô que fundou o Clube de Regatas Botafogo ele disse:
‘’EU DIRIA QUE AQUILO QUE ELES FUNDARAM EM 1894 E PASSADO MAIS DE 100 ANOS, O MUNDO EVOLUIU, VEIO A GLOBALIZAÇÃO E DAQUELA IDÉIA, SE TORNOU UNS DOS PRINCIPAIS CLUBES DO BRASIL E DO MUNDO, ELEITO COMO 12º MAIOR CLUBE DO SÉCULO PASSADO, UM CLUBE DE MUITOS CRAQUES MUNDIAS E QUE A TORCIDA É TÃO GRANDE QUE CHEGA A SER MAIOR QUE HÁ POPULAÇÃO DE MUITOS PAÍSES. HOJE EU REPRESENTO DE ALGUMA FORMA O BOTAFOGO, O QUE ELES CRIARAM, AQUELA IDÉIA NASCIDA A MAIS DE 100 ANOS ATRÁS, OBRIGADO!”
Legados e sonhos
Como torcedores apaixonados e sonhadores, todos tem uma família, amigos e pessoas queridas. Claro que queremos o melhor para os que nos cercam, Rafael contou o que deixaria feliz e o que sua imagem e seu legado passam como torcedor do Glorioso a essa nova geração de torcedores. Etambém responde o que preferia: Ser campeão da Libertadores, o clube pagar todas as dívidas ou o maior rival rebaixado:
“Escolho ser campeão da Libertadores, porque todos os clubes possuem dívidas e não deixam de ganhar títulos por isso, então prefiro ser campeão do que pagar dívida e o rival serve ali pra rivalizar contigo mais seria apenas uma derrota deles eu prefiro torcer por uma vitória nossa.
Eu vivi um Maracanã antigo, então acredito que deixo um legado importantíssimo, quando fundei a Loucos, torcida de paz, nós incrementamos uns cantos de amor ao clube, que antes só cantava o hino durante os jogos. Tenho mais de 50 músicas criadas como: Ninguém Cala, Fogo olê, Vivo Essa Paixão, Não Se Compara, Botafogo no Coração, Fogo eu te amo. Já fizemos inúmeras ações em prol do Botafogo, pintura de estádio, pintura do muro dos ídolos, revitalização da sede, isso realmente NÃO SE COMPARA, a LOUCOS hoje é uma das principais torcidas do Botafogo e esse é o meu maior legado.
![]() |
Loucos a Barra Brava do Fogão, fundada e atualmente presidida por Rafael Foto: Arquivo Pessoal |
Ser botafoguense
Perguntado sobre o que é ser botafoguense, RMK é bem direto sobre o assunto
“Ser Botafoguense é ser autêntico, você tem que entender porque você não é a maioria, você vive no meio onde você é minoria, então você tem que ser apaixonado pelo clube, tem que ser guerreiro pra aguentar tanta porrada, e seguir com o clube mesmo sabendo que ganhar é um grande detalhe, porém não é o mais importante na história, porque mesmo não vencendo a gente segue fiel ao nosso clube.
Dedico essa biografia a meus familiares, namorada e meus companheiros a 13 anos na LOUCOS.
Texto redigido por Luciana Braga
Pesquisa: Larissa Oliveira
Criação : Luciana Aleixo
Edição: Rafael Costa
0 comentários:
Postar um comentário