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CHORÃO SIM, E DAÍ?

  Olá, Glorioso!
  Não iniciarei lhe indagando “como vai?” porque bem sei como estás. A minha maior preocupação é se tu sabes como estás?
  Tu lembras? Eu, então com 08 anos, sem entender porra nenhuma de futebol (nem sei se sei) e tu me chamaste? Tu me escolheste? E tu me fizeste um apaixonado por ti. Quando te conheci, tu me apresentaste teu álbum de memórias. Fizeste com que me encantasse com aquelas figurinhas de Heleno, Nilton Santos, Didi, Garrincha, Quarentinha, Amarildo, Zagallo, etc. mandou-me prestar bastante atenção nos “novos” que estavam trilhando o caminho de glórias e conquistas: Manga, Leônidas, Gerson, Afonsinho, Ney Conceição, Rogério, Roberto Miranda, Jairzinho, Paulo César Caju... não tive como recusar tua escolha por mim.
   Na Copa do Mundo de 1.970, eu já botafoguense, pude ficar rouco pela primeira vez gritando teu nome, misturado ao do Brasil. Tu eras o Brasil. O Brasil era o Botafogo! Quanto orgulho!
   Em 1.971, por ocasião da final do carioca contra o fluminense, meu primeiro choro. Minha primeira raiva de ti. Por que não me deste aquele campeonato de presente? Eu já havia te apresentado aos meus irmãos mais novos. Tu os acolheste e não nos deste aquele campeonato!
   Que ódio de ti! Mas porra, eu era já apaixonado. Não tive forças pra te abandonar. Passei a te amar ainda mais. Estudar mais sobre tua história.
   Durante esse tempo, algumas tristezas, mas sem te tirar do meu peito.
   Minha maior alegria foi estar presente no Maracanã: Nós 3x1 mulambos. Mendonça deu caneta no Júnior. Maracanã explodindo. Foi meu segundo choro. Desta vez, marcante. De uma alegria incontida. Tu lembras que não queríamos sair do Maraca? Pedíamos para o tempo parar. O tempo seguiu.
   Meu terceiro choro foi em 1.988, lembras? Aquela graça de menina (Sonja), então gandula, chorando à beira do gramado quando o vasco fez o terceiro gol contra nós? Botafogo fdp! Te odiei ainda mais naquela noite! Tu não deverias ter feito aquilo àquela garota. Nem a mim. Nem a milhões que te amam!
   No ano seguinte veio o quarto e mais marcante choro, até hoje. Pqp! Como te amo, Fogão! O gol do Maurício sobre a mulambada! Finalmente pude gritar: é campeão! É campeão! Te amo demais! Orgulho de ti!
   Veio 1.992. Estávamos com um time muito superior à mulambada. Perdemos na final. Se fosse por pontos corridos, teríamos terminado aquele brasileiro com 08 pontos a mais que os urubus. Uma TV quebrada, um choro engolido e uma imensa raiva de ti.
   No dia seguinte, amor renovado, vida que seguia.
   1.994 foi também marcante pra mim. Nasceu meu filho. Numa segunda-feira, o recebi em casa. No dia anterior, matamos o fluminense no Maracanã com 02 gols do Túlio. Ora bolas! Não tive dúvidas: registrei meu filho com esse nome. Poderia ser diferente?
   Veio o ano seguinte. Nosso bi-campeonato brasileiro. Túlio artilheiro. Compulsivamente, chorei pela quinta vez por ti. Pra ti. Por meu amor por ti. Te amo, Fogo!
   Assim como as batidas de um coração saudável, registraras em gráfico, altos e baixos, o tempo foi passando. Alegrias, tristezas...
   Veio o ano de 2.010. Final contra a mulambada. Se perdêssemos, eles seriam tetracampeões carioca. Esse título pertence somente a ti, a nós. Tu não poderias perder, perder pra ninguém! Que fizeste? Foste buscar um louco, que na final, quase me mata com aquela cavadinha. Uh! El Loco! Bom demais! Valeu o susto. Valeram as lágrimas de alegria e incredulidade com tamanha audácia! mulambada tetra é o crlh! Esse foi o sexto choro.
   O sétimo (camisa 07) choro está guardadinho aqui, no meu coração. Estou me preparando pra grande virada! Passaremos 2.019. Entraremos 2.020 buscando novos e promissores ares de conquistas!
   Te amo, Botafogo!

Haroldo Figueiredo 
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