Ontem 02 de Junho de 2018 Jefferson entrou em campo contra o Vasco da Gama para jogar sua partida de número 453 e igualar Valtencir jogador das décadas de 60 e 70.
Jefferson passou por muitas fases no clube, começando pelo ano de 2004 em que o clube foi muito mal no Campeonato Brasileiro quase sendo rebaixado a serie B, mesmo assim Jefferson teve grande destaque e em meados de 2005 acabou se transferindo ao futebol turco. Mas sua história no Botafogo não terminava ali.
Em 2009 ele volta ao clube no meio do campeonato Brasileiro devido a contusão do goleiro Renan e a total desconfiança da torcida no goleiro Castilho. Jefferson se apodera da posição e com grandes atuações, como numa partida no Beira Rio contra o Internacional que era postulante ao título, em que ele pegou até pensamento. No fim da temporada ele cumpri a missão de dar tranquilidade a equipe e é peça fundamental na permanência do clube na série A.
Em 2010 ele conquista seu primeiro título com a camisa alvinegra numa final memorável contra o Flamengo em que ele quase ao fim do jogo defende o pênalti de Adriano, interrompendo uma incomoda sequencia de três vice campeonatos para o rival da Gávea devolvendo o orgulho ao torcedor Botafoguense. Suas boas atuações o levaram a seleção Brasileira naquele ano, nada mais justo por tudo aquilo que ele vinha jogando.
A partir daí ele se tornou um verdadeiro paredão, com atuações mais do que seguras, operando milagres, fazendo o impossível se tornar possível. Frango? Não existia em seu vocabulário, e assim ele se consolidou de vez no gol alvinegro, sendo presença garantida nas convocações da seleção Brasileira, atuando muitas vezes e tornando-se respeitado por todos, inclusive pelos torcedores rivais.
Em 2013 quando foi montado uma grande equipe tendo como maestro Clarence Seedorf chegado ao clube no ano anterior, Jefferson levanta seu segundo campeonato carioca pelo clube, vivendo o auge de sua carreira, porém nesse ano ele é preterido por Luiz Felipe Scolari que numa escolha duvidosa escala Julio César como titular. Ao fim do campeonato Brasileiro com a quarta colocação, Jefferson ajuda o clube a voltar a jogar uma Taça Libertadores da América após longos 18 anos de espera.
2014 foi um ano de calvário para Jefferson, pois apesar de ter a experiência de ser convocado para uma Copa do Mundo, ele a assistiu no banco de reservas e pelo Botafogo um verdadeiro tsunami, pois o clube vivia uma grave crise financeira, com atrasos de salários, afastamento de jogadores e ao fim do ano o pior acontece o clube é rebaixado a segunda divisão e nesse momento Jefferson talvez tenha dado a sua maior prova de carinho, respeito e gratidão ao clube, pois mesmo com meses de salários atrasados, ele resolve dar um voto de confiança a nova diretoria, e diferente da maioria quase que absoluta dos jogadores que abandonaram o clube, ele resolve ficar, mostrando sua fidelidade a estrela solitária e respeito a torcida. Provou que o dinheiro nem sempre é tudo na vida e que fincar raízes torna a sua história mais rica e bela. Nesse momento ele ganha de vez o coração da torcida Botafoguense.
Em 2015 ele foi a estrela da equipe e mesmo com um elenco limitado ele foi o porto seguro da equipe na conquista da serie B e o retorno do clube de onde jamais deveria ter saído a série A. Na seleção foi titular na Copa América, mas ao fim do ano numa decisão polêmica foi preterido pelo novo goleiro Alisson.
Em 2016 ele vive um drama, sofrendo uma lesão rara no braço e é operado. Ao fim do ano ele volta aos treinamentos porém chega-se a conclusão que ele deveria passar por uma nova cirurgia. Jefferson só volta aos gramados em meados de 2017 e já tendo Gatito Fernandez como titular no gol alvinegro.
Esse ano na maioria das vezes Jefferson foi reserva de Gatito Fernandez, inclusive Jefferson se sangrou Tri campeão Carioca vendo seu companheiro paraguaio fechar o gol, mas apesar disso mostrou espírito de equipe, dando forças aos companheiros e a Gatito. Vive um momento de oscilação e questionado por uma parte da torcida, muito por conta de falhas que outrora não cometia. Mas se tem uma coisa que Jefferson tem é crédito e crédito pra dar e vender.
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| Paredão Alvinegro |
Jefferson hoje é ídolo porque sempre defendeu a nossa meta em altíssimo nível com sua frieza característica, não pulou do barco quando todos nos deixaram a deriva em alto mar, respeita a nossa camisa e nossa torcida como poucos e foi um vencedor na vida vencendo todas as dificuldades impostas por ela.
A ti Jefferson os parabéns da torcida Botafoguense por essa marca emblemática e por essa linda história com nossa camisa ao longo desses 453 jogos. Em breve sentiremos saudades da torcida cantando P.... que pariu é o melhor goleiro do Brasil, é Jefferson!
Rafael Costa
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